Ombat Nasution do Tengkorak Growls em " Breathe" Andy Julias - Guitarra acústica em "P.E.S.A.N." Iwan Hasan - Vocais, guitarras elétricas e clássicas, harpguitar de 21 cordas, teclaods, guitalele & strummer violin Fadhil Indra - Vocais, teclados, percussão eletrônica, gongos, rindik, kempli, gender Anto Praboe - Vocais, suling (Bali, Sunda & Toraja), flauta, clarinete, baixo clarinete, sax tenor Verso Kartini - door duisternis tot licht! (12:18)
O que acontece nesta fantástica música é qualquer coisa de inexplicável, causando uma sensação duradoura e agradável, mesmo que se trate de uma música razoavelmente sombria e densa, aproximando-se muito do que foi feito por bandas como Van Der Graaf Generator e Änglagård (obviamente, com o uso de sonoridades orientais e muita variação de estilos), mas com uma abordagem muito mais avançada e radical, própria de bandas Rock in Opposition.Įis um disco, portanto, realmente imprescindível, não só para quem tem interesse na cena R.I.O, mas também para quem admira o Rock Progressivo como um todo, em toda a sua potencialidade criativa.Ĥ. Cito também a curiosa “balada” P.E.S.A.N (mensagem, em português), com seus timbres e levada Led Zeppelin, onde o destaque está na linda condução com violões e demais instrumentos orientais e nos vocais com toques jazzísticos.Ī culminância do disco, entretanto, é uma estranha música de pouco mais de 19 minutos chamada Anne. Os destaques principais deste segundo disco da banda (o primeiro disco, auto-intitulado, é de 1999, e possuía uma sonoridade muito mais amena e menos densa) ficam para a seminal, e já citada, faixa de abertura System Manipulation com seus competentes vocais e sonoridade complexa e criativa. Não obstante, todos os outros integrantes também fazem vez de cantores, com passagens cantadas melodicamente em ritmo oriental, outras no bom estilo Peter Hammil, ou funkeado (às vezes lembrando um Mike Patton em sua época de Faith no More) e outras com a agressividade de um Death Metal, tudo isto embalado por uma sonoridade com muitas camadas, dando a impressão de que está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo da maneira mais harmônica e coesa possível, como somente músicos e compositores de grande experiência e conhecimento de causa são capazes de fazer.
É possível de se perceber em uma mesma música, como na fascinante música de abertura System Manipulation, passagens de música tradicional da Indonésia (provavelmente), Free-Jazz, R.I.O ao estilo Henry Cow, Funk, Death Metal e até Progressivo Sinfônico.Ī sonoridade instrumental da banda merece os mais efusivos elogios, visto que conseguiram reunir todos estes elementos, vários vocalistas e diversos tipos de instrumentos, sem que com isso, criassem uma música demasiadamente antipopular.Ĭlaro, faz-se necessário mencionar os fabulosos vocalistas da banda, como a maravilhosa Nonni que surpreende por sua forte interpretação dos temas e talento muito acima da média, arriscando com fraseados dramáticos, também com trechos no bom estilo Dagmar Krause. A grande surpresa vem quando me deparo com uma obra-prima tão espetacular e inacreditável, que é este Tot Licht.Įm primeiro lugar, gostaria de salientar que rotulações restritivas como Rock in Opposition, ou Rock Progressivo, são somente devido ao fato de que não foi possível encontrar outra mais cabível, pois o que se ouve neste trabalho é muito além de uma concepção convencional ou previsível.īasicamente, encontramos aqui uma banda complexa, de sonoridade fragmentada e com variados recursos de música oriental e ocidental. O que se pode esperar de um disco de Rock Progressivo vindo de um lugar tão improvável como a Indonésia?Ī sensação de estranheza é pungente e inevitável.